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Menor de 15 anos vítima de violência sexual por 10 presos

Menor de 15 anos vítima de violência sexual por 10 presos

Em 21 de outubro de 2007, a menor L.A.B. foi para prisão de Abaetetuba, no estado do Pará, acusada de tentar furtar um telefone celular. Na época tinha 15 anos. Foi levada para a delegacia da cidade que fica a 100 quilômetros de Belém, passou 26 dias em uma cela ocupada por mais de 20 homens.

Sua prisão foi feita por Mayko Deyvison de Lima Santos que a flagrou tentando furtar um aparelho celular, roupas e uma corrente de prata que pertencia ao dono da casa. Mayko conseguiu prender L.A.B. no banheiro da casa até a chegada de seu tio, Adilson Pires de Lima e os amigos Sérgio Teixeira da Silva e Francisco Carlos Fagundes Campos. Todos investigadores da polícia.

A delegada Flávia foi a primeira mulher a cruzar o caminho de omissões pelo qual passou L.A.B.

Todo o período que esteve nessa cela, foi violentada por quase todos os presidiários que estavam na mesma cela. Os estupros incontáveis, foram seguidos de pele queimada por cigarro apagado em seu corpo enquanto procurava dormir. A menor chegou a ter alguns defensores detentos que estavam na mesma cela e não aceitavam a via sacra a que a menina estava sendo submetida. Mesmo após o apelo aos carcereiros, eles preferiram apenas cortar o cabelo da adolescente para camuflar sua sexualidade.

A via sacra de L.A.B. só findou com a intervenção do conselho tutelar, alertado por uma denúncia anônima.

Flávia foi a primeira mulher a cruzar o caminho da menina de 15 anos.

(A atitude da delegada não chega a ser surpreendente nos grotões do Brasil – muito menos nas lonjuras do Pará. No relatório da CPI do Sistema Carcerário, publicado em 2009, delegados, promotores, agentes penitenciários e juízes confirmaram que “quando não tem onde prender mulher, a gente coloca com os homens mesmo”. Ao vistoriar prisões paraenses, integrantes da CPI localizaram dois casos semelhantes ao de L.A.B.. No primeiro, uma presa engravidou depois de cinco meses numa cela com 38 homens. Noutro, a detenta teve dois filhos ao fim de temporadas distintas na cadeia. A quantidade de parceiros impede a identificação dos pais biológicos.)

Se não engravidou, L.A.B. teve sorte. Logo na primeira noite, foi atacada por Beto Júnior Castro da Conceição. Diante da resistência da presa, ele a levou para o banheiro e ali a estuprou. “A vítima gritou bastante, porém, como neste ambiente prevalece a lei do silêncio e os próprios presos tinham medo deste acusado, nada fizeram”, resume a denúncia do Ministério Público, à qual teve acesso o site de VEJA.

O segundo a saciar-se foi Rodinei Leal Ferreira, vulgo Cão. Como a adolescente seguia resistindo, os detentos resolveram confiscar-lhe a comida, que só liberavam mediante o que chamam de “empanada”: a vítima estende um pano no chão e faz sexo em troca de alimento, dinheiro ou material de limpeza.

A juíza Clarice Maria de Andrade seria a segunda mulher a cruzar pela vida de L.A.B. que assinou o auto de prisão em flagrante e mesmo sabendo que não existia celas só para mulheres na delegacia preferiu se omitir.

Ou seja, Pôncio Pilatos catequizou muita gente por esse mundo tortuoso.

A governadora Ana Júlia Carepa prometeu afastar os diretamente envolvidos no caso, provavelmente preocupada com sua repercussão e prejuízo eleitoral. Reconheceu que outras cadeias do Pará tinha celas em que homens e mulheres partilhavam de uma mesma cela, e baixou um decreto proibindo homens e mulheres de dividirem a mesma cela. Parecendo ignorar que já existe uma legislação brasileira há alguns séculos que não permite que isso aconteça.

Acho que não é nem preciso dizer que a governadora não conseguiu se reeleger em 2010.

Atualmente o processo corre em segredo de justiça no Tribunal de Justiça do Pará, e reúne 12 réus e uma vítima. Entretanto a linha de defesa dos réus prefere dizer que existe um réu e 12 vítimas. Parece piada de mau gosto, mas é por esse caminho, que a defesa tenta amenizar a culpa dos culpados e omissos. Se eles são inocentes, então eu sou a fada Sininho.

Dessa história toda, os únicos que estão presos, são os que já estavam presos na época do crime. São eles os estupradores Beto Júnior Castro da Conceição e Rodinei Leal Ferreira, únicos presos que L.A.B. consegui fazer reconhecimento visual devido a rotatividade de homens que estupraram.

Menor de 15 anos vítima de violência sexual por 10 presos


Ou seja, não é verdade o bordão que o governo federal tenta vender para os brasileiros.

- Brasil um pais de todos

Na verdade deveria ser outro.

- Brasil um pais de poucos.

Pois a justiça em nosso país não foi criada para fazer justiça, e sim para trabalhar para o sistema. Por isso é que vemos apenas os pobres atrás das grades. Para o rico a justiça sempre tem um jeitinho para que ele fique fora das grades.





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